Olá alvinegros de coração,
A emoção que vivi ontem no maior do mundo quando o Fogão empatou um jogo que parecia perdido é o que nos dá a certeza de que torcer pelo Glorioso é estar vivo sempre. Sim, perdemos o título. Dói, é evidente que sim, mas dói muito mais quando não lutamos e não damos o sangue, e isso não faltou ontem. Saí do estádio convicto de que esse grupo honrou o manto alvinegro, e sua dedicação não coadunava com o número de alvinegros presentes no Maracanã. Nossa torcida tem de se fazer presente e acreditar sempre. Hesitar é uma coisa, agora abandonar o time numa decisão é um tremendo gol contra, pior do que os do Emerson.
Fui, fiz a minha parte, empurrei o Fogão para a vitória, e por muito pouco não chegamos lá, mas a reação alvinegra foi tão inesperada que calou a massa flavelada por quase 45 minutos. Sim, eles ouviram a nossa torcida sim, e confessaram que eles é que ficaram travadinhos com a nossa reação.
Algumas lições certamente tiramos ontem:
· Ora, jamais devemos deixar de apoiar um time que chega a uma final. Isso é inadmissível e dá força psicológica ao adversário, além de reduzir a nossa. A torcida do Fogão tinha a obrigação de lotar a sua parte, e só levamos a metade disso, embora todos os heróis que prestigiaram o Bota tenham se multiplicado para se fazer ouvir no estádio, e ao menos nesse quesito os torcedores presentes se superaram.
· O amor pelo alvinegro é eterno e aprendemos que não adianta chorar pelos cantos e deixar o lado bom de um trabalho para trás. Essa gestão é a que mais promete após décadas de desastres em nosso comando. Em quatro meses pusemos os salários em dia e temos projetos de sustentação até o fim do ano. Isso após encontrar um clube com caixa zerado e inúmeras dívidas a negociar. É encaixar mais três ou quatro boas peças no time e brigarmos por uma Libertadores ou até mesmo a Sul Americana. Com estrutura forte o primeiro passo já foi dado.
· Precisamos reforçar nossas laterais, mais um zagueiro de nível e um meia para ajudar Maicosuel, além de um atacante para opção de banco. Temos algumas peças que não aconteceram como Jean Carioca, Emerson, Wellington, Lucas Silva, Diego etc. Além de Alessandro que já deu a dor de cabeça que tinha que dá. Só aí já contratamos ao menos dois bons jogadores para titulares absoluto.
Ney Franco: dentro das possibilidades do elenco e sem Maicosuel e Reinaldo teve méritos ao empurrar o Fogão para o empate no tempo final. Armou bem a equipe no início, marcando muito forte o Fla, mas o 1º gol, aos 20, desmontou o esquema e não soubemos atacar. É um bom treinador e contamos com ele para fazermos um bom brasileiro e brigarmos pelo caneco da Sul Americana.
Não vou analisar hoje os destaques, pois o nosso forte sempre foi o grupo, com algum brilho para Maicosuel. Aliás, contamos com o artilheiro do estadual para jogar o brasileiro até o final, pois já estão sondando nosso meia no mercado europeu.
Aos amigos dessa coluna que se manifestaram com depoimentos emocionantes, com o do Flávio, Luiz, Carlos (Gute) e Fernando Gonçalves fica a certeza de que torcer pelo Fogão é nutrir-se de um sentimento genuíno e a essência da vida: o AMOR. Esse sentimento, por si só, nos dá a certeza de que nossos filhos jamais torcerão por outro clube senão o nosso amado Botafogo. E podem ter a certeza de que logo eles nos agradecerão e dirão: Pai, obrigado por ter colocado o Botafogo em minha vida. Sendo Botafogo, eu aprendi que perdendo ou ganhando meu amor por este clube só aumenta. É sofrendo que se valoriza a glória. É sofrendo que se colhem os louros. É sofrendo que sempre triunfamos quando nos dão como mortos, isso é a fênix alvinegra. Eu aprendi que mesmo nas estradas sinuosas da vida o Botafogo fez de mim um ser humano consciente, lúcido e acima de tudo vitorioso, pois descobri desde cedo o que é viver, pois viver pra mim é amar, e meu primeiro grande amor foi o Botafogo!
Amigos alvinegros de coração, digo um até breve, ou até a próxima segunda-feira, quando analisaremos a estréia do Bota contra o Santo André pelo Brasileirão 2009. Prefiro guardar na memória a emoção sentida no empate do Fogão, e a certeza de que jamais deixarei de amar o Glorioso Botafogo, pois aonde quer que esteja sempre estarei contigo no meu coração.
Deixo a mensagem de Renato Russo em poesia de Camões. Imaginem essa poesia associada ao nosso amado Botafogo:
Monte Castelo
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor (Botafogo), eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
“Na estrada dos louros, num facho de luz, tua estrela solitária te conduz..."
Força Sempre Fogão!
Saudações Alvinegras
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