Fogão atropela e é campeão da taça GB
Olá eufóricos alvinegros,
Uma cidade em preto e branco. O Rio é alvinegro. Impressionante a dimensão que se dá a um título alvinegro. É transcendental, ou alguém consegue prever a emoção sentida a cada conquista do Fogão!?!?
No campo, foi um chocolate. Nas arquibancadas, uma demonstração do que a torcida alvinegra é capaz: uma presença radiante, vibrante e lotado do maior patrimônio desse clube glorioso: sua apaixonada torcida.
O canto, a explosão nos gols, o amor que não calará jamais. Esse sentimento de que torcer pelo Botafogo é viver em plenitude nos faz um ser diferente.
O JOGO
A presença maciça da galera alvinegra ontem no maior do mundo me deixou de cabeça quente. É, só consegui um lugarzinho sob o sol escaldante que castigava quem estava nas cadeiras amarelas à esquerda das tribunas. Mas nem isso foi o suficiente para abalar meu astral e minha confiança no Fogão. Acreditava num placar de 3x0. E nem o começo oscilante do Bota me preocupava. Na verdade, a única coisa que me irritava era Lucas Silva. O cara estava improvisado no ataque, mas o seu futebol permanecia na posição de origem: oculto.
O Resende até tentou equilibrar as ações no início do espetáculo, e o Bota até que respeitou demais. Foi quando partimos com autoridade, por volta dos 20 de jogo, que os espaços começaram a surgir. O lado forte era o direito, com Alessandro, Fahel e Maicosuel, que ontem brincava de rabiscar a defesa do Resende. Tentamos de longe com Guerreiro e Thiaguinho. O Bota ainda se precipitava, e essa ansiedade fazia com que desperdiçássemos chances reais. Reinaldo perdeu um gol incrível após receber na pequena área de Maicosuel. Depois ele mesmo perdeu outro, pela esquerda. Antes que a velha pulguinha se acomodasse em nossas orelhas, coube a Reinaldo espantá-la. Fahel cruzou, a bola foi batendo nos beques até sobrar limpa para o Rei. Ele, dessa vez, estava no lugar certo, na hora certa, e concluiu de forma certeira. Então tudo certo com o Rei e o Fogão: 1x0 e explosão em preto e branco no maior do mundo.
Porteira aberta e o Bota dessa vez manteve o ritmo. O próprio Reinaldo perdeu outro gol na cara do goleiro. E fim da 1ª etapa. Correria nas arquibancadas em busca de água. Água de beber, o que estava escasso contem no Maraca. O choque de ordem é um verdadeiro engodo!
Mas quem voltou com sede para o 2º tempo foi o Fogão. Isso antes de propiciar a única oportunidade do jogo para o Resende. Cruzamento na área, Juninho marca a bola e Bruno Xuxa, ou Meneghel cabeceia para o chão. Renan faz uma defesaça e põe a escanteio. Logo em seguida, aos 7’, Juninho tabela com Thiaguinho e lança com perfeição Lucas Silva. Ele corre como nunca, dribla o goleiro e bate rasteiro, a bola vai de mansinho, toca na trave e os 75 mil alvinegros a assopram até entrar vagarosamente: 2x0 e delírio em preto e branco no Maraca.
O gol de Lucas Silva seria o seu último ato em campo, Justo ele que iria sair na próxima parada de bola. A estrela de Lucas Silva brilhou, mas quem brilhava mesmo era o coletivo alvinegro. O time não parou de atacar e de morder em campo. Nesse contexto quem sobressaía com intensidade maior era LEANDRO GERREIRO. Um gigante, onipresente em campo, e até como armador mandou bem, o cara só não fez chover ontem, infelizmente. Pena não ter saído um golzinho dele, mais do que merecido seria. A consistência do Bota refletia no Resende. Eles desistiram do jogo após o 2º gol e ao perceber que estavam sendo engolidos por um rolo compressor. Era tamanha a superioridade alvinegra que a impressão que dava era de que o jogo poderia ser encerrado na metade do 2º tempo. O Fogão era absoluto. A todo momento era uma chegada em condições de ampliar o marcador, mas a auto-suficiência atrapalhava.
Reinaldo driblou a zaga inteira do Resende e tentou cruzar ao invés de fuzilar. Aliás, o Rei mostrou muitos recursos com a bola no pé. Maicosuel também brincava, mas precisa ser mais objetivo. Thiaguinho melhorou muito no 2º tempo. Alessandro jogava bem, e Jean Carioca entrou com personalidade. Na primeira chance mandou um canhão que explodiu na trave. Com Jean nos flancos, Reinaldo arrancando pelo meio e com os espaços deixados pelo Resende, era questão de tempo o 3º gol. E saiu após troca de passes na área adversária, chute de Léo Silva, rebote do goleiro, falha de Jean ao concluir, depois falha do goleiro e da zaga. Enfim, a redonda se ofereceu limpinha, na pequena área para Maicosuel decretar a goleada. Êta gol chorado o 3º do Fogão. 3x0 e caixão mais do que fechado, lacrado mesmo. Incontestável nosso massacre. Ainda teve outra na trave em cobrança de falta de Léo Silva. A galera já delirava aos gritos de é campeão. E fim de papo. Maracanã em delírio, as privações, o sofrimento de uma torcida chegava ao fim e sonho se realizou: Botafogo campeão da taça Guanabara.
Arbitro: João Batista de Arruda apitou de forma que não fosse notado. Nem precisou ouvir o canto de elogio da massa alvinegra.
Ney Franco: Calou nossa boca né. Tinha receio de forma de jogar do Bota, sobretudo após a abertura do marcador. Mas conseguiu manter o time aceso até o fim. Fez o time jogar como deve jogar numa final.
Destaques: Guerreiro, Reinaldo e Maicosuel;
Jogou bem: o time inteiro, à exceção de W. Junior;
Garra: GUERREIRO;
Comprometeu: ...;
Irritou: ...;
Desafinou: W. Junior. Impossível esse cara ser jogador de futebol. Jogo definido e ele foi expulso com apenas 9 minutos em campo;
Ninguém viu: ...;
POP STAR
Nossa torcida é mesmo incrível. Hoje pela manhã saí para comprar o jornal e o café da manhã. Evidentemente utilizava o manto alvinegro. Não contei, mas fui abordado por inúmeros alvinegros orgulhosos e radiantes com a nossa conquista. Parecia que me conheciam há tempos, me paravam até para contar que também estavam ontem no maior do mundo. E o choro da torcida arco-íris? Choravam, tricolores, flamenguistas e até vascaínos. O choro é livre. Mas como é gostoso esse ufanismo alvinegro.
Comemorações à parte, a bola já volta a rolar na quinta-feira, contra o Dom Pedro, pela Copa do Brasil. Sinceramente, não quero pensar em escalação agora.
“Tu és o Glorioso, não podes perder, perder pra ninguém...”
Força Sempre Fogão!
Saudações Alvinegras
