quarta-feira, 19 de agosto de 2009

FOGÃO PERDE PARA SI PRÓPRIO NO AMALDIÇOADO ENGENHÃO




FOGÃO 1X2 S. André – 20ª rodada

Estive no Engenhão na esperança de ver o nosso Botafogo de volta, parafraseando o amigo Rui Moura. E acreditei que não havia melhor momento: clima favorável, Michael e Reinaldo recuperados e ataque titular a disposição. Além disso, era o 1º jogo de Estevam Soares no mais moderno, e ele nos fez acreditar novamente na estrela. E como sempre cedemos, e dissemos sim.

Findada a partida fiquei me perguntando por que o Botafogo é o único clube da série A que não faz valer o mando de campo. Lá conquistamos apenas 11 pontos em 24 possíveis. E das 8 partidas no Engenhão só salvo a atuação contra o Santos (2x0). Nas outras duas vitórias foi sufoco. Por quê?

O Engenhão tem dimensões reduzidas, como determina a FIFA. 105x68m. Já no Maracanã o espaço é maior (110x75m). O Engenhão é ideal para quem joga na retranca. É só analisar as derrotas para Goiás, Atlético PR e S. André. E outros tropeços do Bota, em que os adversários nos contragolpearam sem dó nem piedade. Soma-se a isso a incompetência desse elenco e talvez esteja aí o ‘x’ da questão.

Emerson foi titular do início ao fim. E o que é pior, era com ele nossa válvula de escape pela direita, para desespero meu e dos 8.400 teimosos presentes. Alessandro não se apresentou como ala em momento algum. Michael brigou com a bola. Juninho abusou de errar e a torcida procura até agora pelo nosso meio de campo. Ah, o ataque: “Prefiro não comentar...”

O JOGO


Quando revi o amigo Luiz Felipe no mais bonito do Brasil fiquei feliz, mas logo a pulguinha se fez presente em minhas orelhas. É que o cara sua frio nos pés, é meio pé frio, e o fim do jogo comprovou o mau presságio.

Antes fosse só superstição, o fato é que nem a mandinga da terrinha faria o Fogão se acertar. Era nítida a distância ente os três setores. E antes do 1º gol paulista, Emerson era o alvinegro que mais tocava na bola, eu já pressentia o pior. 4 minutos, Junior Dutra entrou driblando, passou como quis pelo Emerson e tocou na saída de Flávio: 1x0 S. André.

Mesmo mordido pela pulguinha, ainda acreditava na reação. E a torcida ainda empurrava, mas Juninho desfez a lua-de-mel. Infantilmente, perde a bola dominada e permite que o camisa 10, Junior Dutra roubasse a bola, invadisse pela direita e achasse Nunes sozinho para tocar. 2x0 S. André. O Bota então se perdeu de vez. A ligação com o ataque passou a ser executada pela defesa. Era chutão para frente e disputa pelo alto. Perdíamos todas. E o time do ABC desperdiçando os contra-ataques, que matariam o jogo ainda no tempo inicial.

Quem não faz leva, diz o velho ditado. André Lima tentou matar a bola no peito e sofreu a carga. Ele desabou, e o juiz acreditou: pênalti. André Lima concentrou-se e dessa e vez bateu com perfeição. 2x1 e esperança renovada no tempo final.

Estevam Soares sentiu na pele como é difícil fazer esse time engrenar no Engenhão. Afinal temos de sair para o jogo. E sem meio de campo e com essa zaga o visitante fica à vontade. Até mesmo um time medíocre, como o Santo André, que não vencia havia 8 jogos, toma conta do jogo na nossa casa. Aliás, será de fato a casa alvinegra?

Estevam veio de Reinaldo na vaga do devagar quase parando Jônatas, que alguns enxergam como a luz do meio de campo, que pra mim continua muito mal iluminado. Reinaldo fez o 3º atacante recuado. Pra mim ele entrou como se fosse um meia, pois ninguém conseguia fazer esse papel. E ele até que tentou, mas André Lima jogava só pra ele, e Victor Simões não olha pro lado. Aí fica difícil crer numa dupla que não se comunica. Victor Simões entrou livre e bateu em cima do goleiro. André Lima estava sozinho na pequena área. Batista perdeu gol feito. E no mais alçamos bola na área. Só em uma delas quase deu samba, na testada de Simões para ótima defesa de Neneca.

O lance que simboliza a tragédia que foi esse jogo foi já nos acréscimos, quando a bola foi rechaçada e Emerson, sozinho no meio de campo, deu uma chifrada na bola e essa foi para lateral. Ele poderia matar no peito ou sair dela. O cara não tem qualquer recurso técnico e não sabe posicionar-se. Com ele e Juninho juntos não tem placar em branco.

Antes da publicação dessa crônica ainda não sabia o resultado dos jogos dos nossos concorrentes. Mas o Sport e o Furacão perderam. O fato é que precisamos de 25 pontos em 19 jogos. Nem adianta reclamar agora, mas há de ser coração para tanta emoção.

Estevam Soares: tem um imenso desafio que é encaixar esse time quando joga em casa. É fácil fechar o meio de campo fora, quero ver achar um time para render em casa. E há de se fazer isso já, antes que se ratifique a ‘maldição do Engenhão’;

Destaques: ...;
Jogou bem: Reinaldo e André Lima;
Garra: Guerreiro;
Comprometeu: Emerson e Juninho;
Irritou: Emerson, Juninho, Eduardo, Alessandro, Batista e Victor Simões;
Desafinou: Michael;
Ninguém viu: Rodrigo Dantas;

EU ESCALO

Domingo é o Timão no Pacaembu, às 16h, ao vivo na tv. Eu Escalo: Castillo, Eduardo, Juninho e Wellington; Alessandro, Guerreiro, Renato, L. Flávio e Michael; Victor Simões e André Lima;

“Na estrada dos louros, um facho de luz, tua estrela solitária te conduz...”

Força Sempre Fogão!

Saudações Alvinegras